49% dos professores ativos não recomendam a profissão

O Brasil precisa de professores, mas quase 50% não recomenda a profissão por conta dos salários baixos e a falta de valorização do profissional.

Segundo pesquisa realizada pelo Movimento Todos Pela Educação 49% dos Professores não recomendariam a profissão para os jovens. Dentre os vários motivos listados para justificar essa decisão estão os salários que são baixos e a falta de reconhecimento na carreira. De fato quem tem um professor na família ou se é um professor sabe que esses argumentos são verdadeiros.

A pesquisa afirma que os profissionais da Educação que tem de 11 a 30 anos de carreira são os que menos a recomendam. Já os mais novos, com menos de 10 anos de carreira dentro de sala de aula ainda recomendam a profissão. Provavelmente, por que ainda tem esperança de que esse quadro mude.

O estudo aponta ainda que a resposta foi influenciada pelo nível de escola onde esses professores lecionam.

Professores de Ensino Médio são os que menos recomendam a carreira, seguidos pelos que lecionam no Ensino Fundamental 2, que vai do sexto ao nono ano. Já os professores das séries iniciais, Educação Infantil e Ensino Fundamental 1, são os que mais indicam a carreira de professor.

A comprovação da falta de reconhecimento dos Professores e o descontentamento em relação aos baixos salários podem também ser constatadas em um estudo realizado pelo Ministério da Educação. Essa pesquisa comprovou que o salário dos docentes aumentou muito pouco nos últimos anos, mesmo o Brasil tendo como 17ª meta em seu Plano Nacional de Educação (PNE) determinado que até 2020 os professores seriam o rendimento salarial equiparado os demais Trabalhadores com o mesmo nível de ensino.

Em 2012, o salário dos professores correspondia a 65,2% da média dos demais profissionais do mesmo nível. Em 2017, o percentual foi de 74,8%. A desigualdade diminui de 2012 a 2017, mas, devido à redução salarial dos demais profissionais. Durante o mesmo período, o salário dos professores obteve ganho real de  apenas 2%.

Atualmente. o piso nacional estabelecido pelo MEC para professores do Ensino Médio com 40 horas semanais é R$ 2.455,35.

49 por cento dos professores não recomendam a profissão em 2018
49 por cento dos professores não recomendam a profissão em 2018

Muitos Professores Formados não atuam em sala de aula

O MEC estima que 52,9% dos professores brasileiros têm mais de 40 anos, ou seja, próximos da aposentadoria. O Brasil, portanto vai ter uma demanda para preencher na profissão de professor.

Segundo os dados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) de 2014, existe um baixo interesse na carreira docente. A cada 100 estudantes de Licenciatura, somente 51 concluíram o curso e apenas 27 manifestaram interesse pela sala de aula. Dessa forma, é imprescindível que o Brasil comece a repensar a valorização do profissional do magistério bem como o aumento de seus salários

A licenciada em Geografia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Adriely Monteiro, está dentro das estatísticas de formados que não estão em sala de aula. “Eu me deparei com situações nas quais eu não estava preparada. Na faculdade não nos ensinam, por exemplo, a resolver conflitos dentro da sala e/ou na escola. O professor passa muito mais tempo preocupado com outras coisas e acaba fazendo algo menos relacionado ao ensino”, afirma.

A dificuldade em atrair novos professores resulta em uma grande quantidade de docentes sem formação adequada para a área que lecionam.

O Censo Escolar 2017 demonstra que as disciplinas de Sociologia (27,1%), Artes (41,1) e Física (42,6%) são as que possuem maior quantidade de professores do ensino médio sem formação adequada.

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