MEC cancela prova ANA em 2015 – Prova de monitoramento dos alunos do 3º ano do fundamental de escolas públicas não será feita por impactos do ajuste fiscal
O Ministério da Educação (MEC) cancelou a realização da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) para este ano. O corte de gastos é o principal motivo. A prova avalia o desempenho de todas as crianças do 3.º ano do ensino fundamental de escolas públicas e é prevista na legislação para ocorrer todos os anos.
A ANA foi criada com o Pacto Nacional da Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), lançado pela presidente Dilma Rousseff em 2012. A decisão interrompe a série de provas iniciada em 2013. No ano passado, 2,9 milhões de crianças participaram do exame, que custou R$ 150 milhões aos cofres públicos.
O cancelamento do monitoramento de alfabetização é mais um impacto do aperto nos gastos na área de educação. Programas estratégicos, como o Financiamento Estudantil e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), também tiveram cortes.
De acordo com o professor Francisco Soares, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do MEC responsável pela ANA, a decisão refletiu a necessidade de corte, mas também questões pedagógicas.
“Todos tinham de contribuir (com o ajuste fiscal). Mas tem um caráter pedagógico importante”, disse. “Precisávamos ter o resultado de dois anos para fazer uma reflexão sobre a alfabetização. Agora, temos de olhar para o pacto e ver a direção que tomamos. Vai permitir identificar boas práticas e correlacionar com o pacto.”
Segundo Soares, a interrupção é passageira e a realização anual continua como diretriz. Mas há a possibilidade de aplicar o exame a cada dois anos.
A prova ANA contém provas de escrita, leitura e matemática. O governo não divulgou oficialmente os dados de 2013, mas informações obtidas pelo Estado mostram que os níveis de desempenho ficaram baixos.
Para a professora Ione Maciel, avaliação é importante instrumento para a prática didática.
Impacto. Professora da Escola Municipal Madre Joana, na zona leste da capital paulista, Ione Maciel, de 46 anos, participou da formação do PNAIC em 2013 e 2014 e considera a ANA uma ferramenta essencial. “Ela é muito importante para ver se o PNAIC está fazendo efeito na sala. Se os professores têm maturidade de pegar os resultados e analisar o próprio trabalho, ela se torna um grande instrumento da prática didática”, diz ela, professora há 21 anos.
O ex-secretário de Educação Básica do MEC, Cesar Callegari, que participou da elaboração do PNAIC, não vê com bons olhos a interrupção da aplicação. “Resultados anuais são indispensáveis para o programa de formação de alfabetizadores do Pacto”, diz. “Com os resultados anuais, as escolas podem interferir com o aluno e o professor que ainda estão na escola.”
Fonte: Estadão
Se é para cortar gastos, ela está certa, acredito que deve haver uma forma mais simples para avaliar os alunos e deveria haver provas como antigamente. Para que tanto gasto para avaliar um aluno?Deveria investir mais no professor…
Essa decisão considero como um descaso para com a alfabetização dos nossos brasileiros. Ela é de fundemenal importância para averiguarmos os resultados das formações do pnaic já no seu terceiro ano. As secretarias todas estavam se preparando para essa avaliação. Muito. Lamentável essa decisão.